Mesmo com o fim da paralisação dos caminhoneiros, o desabastecimento ainda afeta o Sul de Minas. Em Lavras (MG), os postos de combustíveis sofrem com a falta de gasolina, etanol e diesel. Muitos ainda não receberam o produto e as previsões de chegada foram atrasadas. Já nos sacolões e supermercados, faltam hortifrutis. No açougue, só não chegou a faltar carnes porque o acesso ao matadouro não foi bloqueado, mas frango e peixe, que deveriam ter chegado no início da semana, só foram entregues nesta quinta-feira (27).

Além do atraso na entrega, outro problema é a qualidade dos produtos, que acaba sendo afetada pela demora na entrega.

“Geralmente eu chego no Ceasa, tem bastante oferta. Hoje tinha pouca oferta, tive dificuldade de encontrar a qualidade que eu gosto de trabalhar”, disse o comerciante João Batista de Carvalho.

A falta dos produtos, afeta o dia a dia das pessoas, como diz a aposentada Romilda Alves. Ela não conseguiu encontrar diversas verduras na hora de fazer as compras. “Muita coisa está difícil. Muita coisa que a gente procura, que a gente precisa, não tem”, comentou Romilda.

Nos postos de gasolina, é a mesma coisa. Ou o combustível ainda não foi entregue, ou a quantidade que chegou não vai durar mais que algumas horas. “Parou motorista aqui, a gente indica pra ir em outro posto, porque não temos produto pra ele. Gasolina, álcool, diesel, nada”, lamentou o gerente Alexandre Rafael dos Santos.

Apesar dos problemas, há quem apoie a movimento realizado pelos caminhoneiros, como afirma a aposentada Beatriz Guida. “O motorista não sabe a força que ele tem na mão. Ele move o Brasil. Eles demoraram muito pra tomar atitude e, pra mim, ainda foi uma atitude fraca. Teria que ter sido uma atitude mais forte, mais positiva”, destacou Beatriz.